Olá pessoal das corridas.
No dia 21 de Dezembro do ano passado participei da última prova do Circuito das Estações Adidas/2008; e como é de costume, escrevo aqui minhas considerações sobre o evento. Outro aspecto que merece destaque, foi o meu desempenho pífio nessa corrida.
Cheguei cedo ao Pacaembú e comecei a preparação para o desafio.
O local é ideal para eventos desse porte.

Fui diretamente para a tenda da Porto Seguro, retirar minha camiseta e depois até o estádio retirar o chip.

Fazia muito tempo que não entrava no Estádio Paulo Machado de Carvalho. Acho q a última vez foi para assistir um jogo da seleção brasileira de master (é, faz tempo mesmo..rs) e a outra oportunidade foi para participar de um campeonato de natação que foi realizado nas piscinas ao lado do estádio. Vou abrir um parentêses aqui para contar uma breve história que aconteceu nessa ocasião, e que trata sobre ganhar e (saber) perder. Comecei a praticar natação desde pequeno para amenizar a bronquite e de certa forma destaquei-me no clube da Prefeitura que treinava. Nas competições que eram realizadas nesse clube e nos arredores, sempre saía com uma medalha no peito. Aquele pequeno mundo das competições era perfeito para mim. Numa seletiva realizada no clube da Mooca, além de chegar entre os três primeiros, obtive o índice para a grande final que seria realizada no Pacaembú. Sem tomar conhecimento dos meus adversários, saí de casa com a certeza de pódio. Como nosso cérebro e memória são complexos, pois lembro exatamente de tudo mesmo sendo pequeno. Alinhei na minha raia, olhei em volta, as arquibancadas estavam lotadas de famílias, inclusive meus pais. Ficamos em nossas posições e em seguida "o tiro". Lembro de ter saído forte e me atrapalhei com as braçadas no meio da prova, para enfim bater a mão do outro lado e
correr para o abraço. Ao chegar; imediatamente busquei meus concorrentes e para minha surpresa todos já estavam ali... à me esperar...rs.
Foi desse jeito amargo que a vida me mostrou que a gente ganha, perde, cai, levanta. Na época não gostei nada da lição, porém hoje agradeço por esse evento e compartilhava com minha esposa essa história enquanto íamos para a fila do chip.
Falando em (saber) perder; voltemos à corrida...rs.
Retirada do chip rápida e eficiente. Como ainda tínhamos tempo, vamos as fotos:


Voltei para a tenda da Porto para encontrar meu amigo Morellato.

E ainda tive tempo de ir até a tenda da Palyteam, porém não encontrei nenhum amigo blogueiro e como sei que o super atleta
Nadais pertence ao time Play, perguntei dele à um outro corredor e ele me informou que não estava mais lá; então fui para o alongamento/aquecimento.
Quando faltavam pouco minutos para a corneta é que fomos alinhar, e a largada estava bem lotada. Fomos eu, Morellato e mais um colega de corridas lá para o fundão e despretenciosamente traçamos uma tática de corrida que pareceu-me bem razoável; faríamos uma corrida de recuperação, saindo tranquilo para forçar no final. Eles tinham a intenção de fechar na casa dos 50 minutos; eu, como não estava treinando, pensava em algo em torno de 54, 55 minutos; e assim partimos.

E olha o estouro da boiada...
Saímos tranquilo, algo em torno de 6min/km e no segundo quilômetro já estava com a respiração alterada; e a partir do terceiro eles começaram a puxar e o meu caldo desandou de vez, mais precisamente depois da subida do minhocão.
Nunca senti cãimbras em corridas; até aquela subida.
Combinei com o Morellato que quando não conseguisse acompanhá-los, daria um "Vai"; porém nesse terceiro quilômetro já estava capengando e as cãimbras começaram, de modo que nem avisei-os que estava diminuindo e parei para alongar, e alí percebi que meu condicionamento estava pior do que imaginava.
Depois de alongado, saí devagar e felizmente elas não vieram de novo; mas aí a tática tinha ido pro espaço e a segurança de forçar também; então me permiti pelo menos que não andaria em nenhum momento.
Quando acontece algo assim, nós temos que ter responsabilidade e saber escutar o nosso organismo, e eu estava pagando naquele momento à vista; a falta de treinos e devo admitir que não fiquei nada satisfeito com a situação, porque por mais tranquilo e desencanado que eu estava em relação à prova, eu nunca saio de casa para perder viagem. Dentro dos meus limites e volto a repetir, com "responsabilidade" eu sempre quero fazer o melhor que puder e curtir todo o percurso; então só estou declarando essa minha insatisfação com meu desempenho.
Daí pra frente, fui tocando como dava em "
velocidade de cruzeiro do Barrichello em férias" e pelos menos o objetivo de não andar foi alcançado.
Só consegui abrir um sorriso, quando a patroa apontou a máquina e eu exclamei: - Tô velho !!..rs

Brincadeiras à parte; o fato é que eu não tenho uma boa genética e minha memória muscular é uma vaga lembrança; então só me resta muita preparação e treinos e mais treinos e mais treinos para os resultados aparecerem.
Quando cruzei o pórtico, foi impossível não lembrar novamente do epísodio da natação e de certa forma terminei essa prova em frente ao Pacaembú coincidentemente com um gosto amargo na boca.
Meu tempo ? 01 hora 01 minuto 05 segundos (se não estou enganado, o meu pior resultado em provas de 10 km).
O que achei da prova ? Bem organizado e alguns pontos negativos que não desabonam o evento (lentidão na entrega do isotônico no meio do percurso e falta de água num dos postos). Evento com jeitão mais
elitizado (talvez pelo $$$).
O que eu ainda não entendo ? Atletas que insistem em furar fila/levar vantagem e nessa prova depois da dispersão eram oferecidas frutas aos participantes, em que alguns insistiam em levar 18 bananas e 29 maçãs de uma só vez, como se uma ou duas frutas não bastassem.
Tem volta ? Até pelo clima de revanche com aquele lugar...rs (o Pacaembú), se a equipe Porto montar sua arena esse ano, estarei lá com certeza. Fica registrada a ressalva do valor da inscrição, que considero alto.
Até a próxima.